GT2: Avaliação socioeconómica dos recursos hídricos
Análise socioeconómica da gestão e uso da água no território SUDOE.
A UCLM é responsável pela GT2.
Nesta tarefa será realizada uma análise socioeconómica da gestão e uso da água nas bacias hidrográficas do território SUDOE. Será analizado o impacto dos diferentes modelos de governança na gestão da água do ponto de vista da participação dos cidadãos. Pretende-se estabelecer diferentes graus de transparência e de participação pública, assim como de representatividade dos usuários da água na gestão, através do estabelecimento de indicadores específicos.
Em paralelo, será avaliado o impacto que a água tem sobre a economia do território SUDOE, tanto a nível regional com das bacias hidrográficas. Serão criados um conjunto de indicadores que permitirão estimar o impacto que a variação das condições iniciais (quantidade e qualidade da água) têm sobre a economia do território SUDOE.
Será também realizada uma avaliação económica dos serviços dos ecossistemas, bem como uma análise das diferentes estratégias de adaptação dos organismos gestores dos recursos hídricos em cada região do território SUDOE face à maior frequência dos períodos de seca em cenários de mudança climática.
Estas análises servirão de apoio às autoridades responsáveis pela gestão da água, para que antecipem as consequências socioeconómicas de situações de escassez e/ou poluição da água.
Actividades GT2
GT 2.1. Avaliação sociológica da governança dos recursos hídricos
O IRSTEA é responsável por esta atividade.
O objetivo é fazer uma análise da governança dos recursos hídricos desde a adopção da Directiva-Quadro da Água (DQA). A actividade incidirá sobre as transposições dos princípios de governança da DQA à escala do território SUDOE, nomeadamente os planos de gestão: “Schémas d’Aménagement et de Gestion des Eaux (SDAGE)” em França, os planos hidrológicos das regiões hidrográficas em Espanha, e os planos de gestão das regiões hidrográficas em Portugal. Pretende-se, fundamentalmente, identificar as relações entre a água enquanto património comum, a governança e a eficácia da sua gestão. O foco centrar-se-á na análise dos processos de implementação dos princípios da DQA: transparência, participação pública e representatividade dos usuários da água. Esta análise visará identificar, para cada bacia do território SUDOE, os diferentes usos e níveis de protecção da água defendidos pelos actores envolvidos. Os dados derivados a partir da tarefa GT1 servirão para a construção das variáveis.
GT 2.2. Avaliação económica dos recursos hídricos
A UCLM é responsável por esta atividade.
A partir dos dados económicos e hidrológicos reunidos na tarefa GT1 e das várias estatísticas oficiais disponíveis sobre o uso da água, será realizado um estudo sobre o valor da água utilizada nas diferentes actividades económicas (agricultura, indústria, abastecimento urbano, energia) de cada região hidrográfica do território SUDOE.
As principais variáveis a considerar são o Produto Interno Bruto (PIB) (Valor Acrescentado Bruto (VAB), se houver) e os dados do emprego por sector económico, tendo em conta que nem todas as actividades económicas utilizam o sistema regulado dos recursos hídricos. Essas variáveis económicas, relacionadas com os recursos hídricos utilizados, permitão estabelecer uma série de indicadores económicos que caracterizem o uso económico da água em cada região hidrográfica.
Estes indicadores serão incluidos como inputs na tarefa GT3 e contribuirão para a tomada de decisão sobre a gestão da água em cenários de escassez e/ou contaminação da água num contexto de alterações climáticas.
GT 2.3. Valorização económica dos serviços dos ecossistemas
A Universidade de Cádiz é responsável por esta tarefa.
Como complemento à análise tradicional relativa ao impacto económico da água no território SUDOE, serão usadas diferentes metodologias para medir o valor económico dos serviços dos ecossistemas presentes nas bacias hidrográficas. Os serviços dos ecossistemas a valorizar serão classificados de acordo com as categorias usuais: abastecimento, regulação e cultural. Estes serviços dos ecossistemas serão identificados, posteriormente, na GT1.
Nesta actividade será revisto o estado da arte, tendo em conta as iniciativas nacionais (Espanha, Portugal e França) e internacionais desenvolvidas nos últimos anos sobre avaliação dos ecossistemas. Posteriormente será quantificado o estado e as características de diferentes ecossistemas selecionados, e será efectuada a sua avaliação económica usando algumas das metodologias disponíveis na literatura científica. Pretende-se ajudar a difundir a importância dos ecossistemas naturais presentes nas bacias hidrográficas do SUDOE para a sociedade e usuários da água.
GT 2.4. Adaptabilidade e estratégia para a seca na região SUDOE
A UPV/EHU é responsável por esta atividade.
Nesta actividade será realizada uma análise comparativa dos actuais planos de adaptação às alterações climáticas, existentes nas diferentes agências de água do território SUDOE, com particular ênfase nas medidas previstas para situações de escassez. Pretende-se evidenciar o grau de conhecimento existente sobre o impacto das mudanças climáticas, definindo as maiores incertezas associadas. Para este fim, será estabelecido um “índice de resiliência” que mede a capacidade de adaptação face a situações de escassez de água decorrente de cenários climáticos futuros. Para tal, o AGUAMOD usará como referência as previsões hidrológicas dos modelos.
Para a preparação daqueles índices ter-se-á em conta factores de conhecimento e de sustentabilidade institucional, infraestrutural e social. O objetivo, além da avaliação comparativa da capacidade de adaptação, é disponibilizar, às agências da água, recomendações para a gestão adaptativa face às mudanças climáticas. Estas serão integradas na visão global sobre gestão da água, que serão posteriormente disponibilizadas na plataforma AGUAMOD.